Poder Nova Valiria

Chapter 15: Conversar e banimento



Quando a porta da sala do trono se abriu, um silêncio sepulcral desceu sobre os presentes. Eddard, Catelyn Arya, Robb, Rickon, Bran e Sansa seguiram, seguidos por Howland Reed, Dacey Mormont, Galbart Glover, Sor Brynden Tully e Jeyne Westerling. O ambiente era opressivo, ou carregado de expectativa e medo.

 

A sala do trono de Maegor era majestosa e intimidadora, com paredes de pedra negra e altos tetos abobadados, adornados com tapeçarias que retratavam as conquistas da antiga Casa Targaryen. No centro, o Trono de Ferro se erguia como um símbolo de poder absoluto, suas lâminas afiadas refletindo a luz bruxuleante das tochas.

 

No trono, Maegor, agora Imperador, estava sentado com uma postura imponente. Seu olhar penetrante percorreu todos os rostos na sala, detendo-se por um momento nos Stark. Ele não era mais o garoto que todos conheciam; uma aura de autoridade e ferocidade que o cercava, como se o próprio fogo e sangue dos dragões o fizessem moldado.

 

"Vocês vieram", ele disse, sua voz ressoando na sala. "Eu sabia que não iria embora."

 

Arya, não conseguindo conter seu espírito indomável, avançou um passo. "Você não é mais Jon. O que você fez em Lançassolar... isso não é quem você é."

 

Maegor sorriu, mas não era um sorriso amigável. "O que eu era não importa mais. O que importa é o que eu sou agora. E o que estou fazendo por todos nós." Ele lançou um olhar significativo para Eddard. "O que vocês precisam entender é que o mundo mudou. E nós devemos mudar com ele."

 

Sansa, sempre diplomata, tentou interpor-se. "Jon, ou Maegor, você ainda é nosso irmão. Podemos encontrar uma maneira de resolver isso sem conflito."

 

"Resolver o que, Sansa?" Maegor interrompeu, sua voz cortante. "A lealdade é um luxo que não podemos nos permitir. O que eu trouxe para o mundo não pode ser ignorado. Dragões e poder vêm com um preço."

 

Rickon, com a inocência de sua idade, perguntou timidamente: "Você não pode simplesmente voltar a ser quem era antes?"

 

Maegor olhou para Rickon, e a dureza em seu olhar suave por um momento. "Eu gostaria que fosse tão simples. Mas a verdade é que eu não sou mais apenas um Stark. Sou um Targaryen, e o que isso significa é que tenho uma responsabilidade para com os Sete Reinos."

 

Howland Reed, observando a tensão, decidiu intervir. "E o que você pretende fazer, Maegor? Governar com fogo e sangue? Ou há um lugar para a justiça nos seus planos?"

 

Maegor hesitou, como se ponderasse as palavras. "A justiça que vocês conhecem não existe mais. O mundo precisa de ordem, e para isso, às vezes, é preciso derramar sangue. Não posso prometer que todos sairão ilesos, mas posso prometer que lutarei para unificar o reino sob um único governo. "

 

Eddard, com a voz pesada, finalmente falou. "Você não pode esperar que apenas o medo mantenha as pessoas unidas. O amor e a lealdade são o que realmente sustentam uma casa."

 

Maegor deu um passo à frente, a intensidade em seu olhar crescente. "Você realmente acredita que o amor é suficiente para enfrentar a tempestade que se aproxima? Os inimigos não hesitarão em atacar. Eles sabem que, enquanto houver divisão, haverá oportunidade."

 

Dacey Mormont cruzou os braços, desafiando. "E o que você propõe? Que nos curvamos a você e aceitamos sua tirania?"

 

"Não se trata de tirania", respondeu Maegor, com voz firme. "Trata-se de sobrevivência. Se vocês se unirem a mim, poderão ter um lugar ao meu lado na construção de um novo reino. Um reino forte e unido."

 

Os murmúrios se espalharam pela sala. A ideia de se unir a Maegor, o Imperador dos Dragões, era tentadora, mas havia um custo. Eddard olhou para seus filhos e percebeu que a decisão que tomariam poderia moldar o futuro do Norte e dos Sete Reinos.

 

"Precisamos de tempo para pensar", disse Eddard finalmente. "Essa é uma decisão que não pode ser tomada levianamente."

 

Maegor acenou com a cabeça, mas seu olhar mostrou que ele não esperaria para sempre. "O tempo é um luxo que não temos. Preparem-se, porque a tempestade já está se formando, e vocês terão que decidir de que lado serão exclusivos quando ela chegar."

 

Com essas palavras, Maegor virou-se e saiu do salão, deixando os Stark e seus aliados com a pesada responsabilidade de decidir seu destino em um mundo que havia mudado para sempre.

A tensão no salão aumentou ainda mais quando Catelyn Stark, com os olhos fixos em Maegor, estendeu a voz com firmeza.

— Aonde está a sua lealdade com sua família, bastardo? — Suas palavras cortaram o ar como lâminas afiadas, e o silêncio que se fez foi quase ensurdecedor.

 

O ar no salão ficou ainda mais pesado quando Maegor deu um passo à frente e tipicamente a mão em um gesto altivo. Um rugido distante ecoou pelos céus, e todos sabiam o que isso fez. Do lado de fora, o som de asas poderosas cortando o vento encheu o espaço, enquanto o dragão de Maegor, de escamas negras como a meia-noite e olhos de brasa, se aproximava. A criatura pousou com um estrondo no pátio, seu grito reverberando pelas paredes.

 

Maegor virou-se lentamente para encarar Catelyn Stark, seu olhar queimando como fogo valiriano. Sua voz tão grave e cortante:

— Você, Catelyn, sempre me odiou. Desde o dia em que descobri minha existência, orou aos deuses antigos para que eu morrasse. Desejou que eu caísse no lugar do seu precioso filho Bran. E agora, tenho audácia de questionar minha lealdade? — Ele fez uma pausa, aproximando-se mais dela, sua presença imponente. — Seu marido, Eddard, me investiu na Muralha, para carregar o peso de um bastardo que ele jamais quis respeito. Depois, teve a ousadia de se tornar a Mão do Rei e sentar-se no Trono de Ferro — aquele que Aegon I e suas irmãs conquistaram com fogo e sangue.

 

Catelyn abriu os punhos, mantendo uma postura firme, mas era impossível negar o impacto das palavras de Maegor. O silêncio no salão foi quebrado apenas pela distância do dragão que esperava seu comando.

 

Viserys Targaryen , observando tudo com preocupação crescente, deu um passo adiante, levantando a mão como se quisesse apaziguar a situação. Ele sabia que Maegor estava à beira de um colapso.

 

— Maegor, sobrinho, basta — disse Viserys, sua voz tentando subir firme, mas com um tom submisso. — Não permita que essas provocações desviem você de seus objetivos. Você é maior do que isso.

 

Maegor sequer olhou para ele. Seu foco era absoluto, e a tensão em seu rosto era evidente.

No canto oposto, Shireen Baratheon , sua esposa, olhou para Maegor com uma mistura de preocupação e admiração. A coroa da Eternidade relacionadava majestosa em sua cabeça, simbolizando o peso de um legado eterno. Ela deu um pequeno passo à frente, mas hesitou, sabendo que qualquer palavra poderia piorar as coisas.

 

Daenerys Targaryen , atenta à cena, observava o sobrinho com cuidado. Ela viu os sinais claros de melhoria que cresceram em Maegor e se viraram para sua mãe, Rhaella Targaryen , que estava sentada no trono com a postura de uma rainha que já vira tempos sombrios.

 

— Mãe — sussurrou Daenerys, inclinando-se. — Ele está perdendo o controle. Precisa de você.

 

Rhaella não hesitou. Ela se manifestou, deixando a presença de seu formulário no salão. Sua elegância e autoridade fizeram o ambiente silenciar ainda mais, enquanto ela caminhava com calma até o lado de Maegor. Colocando uma mão gentil em seu ombro, ela falou com a voz de quem conhecia bem o coração do jovem homem à sua frente.

 

— Maegor — disse Rhaella, sua voz serena, mas firme. — Lembre-se de quem você é. Não desperdice sua força em rancores do passado. Há um mundo que precisa de você, e seu destino não está aqui, preso em disputas vazias.

 

Aquelas palavras que alcançam Maegor, que fechava os olhos por um instante, respirando fundo. A tensão em seus ombros, e ele finalmente recuou um passo, afastando o olhar de Catelyn.

— Como desejar, minha esposa — murmurou ele para Rhaella, sua voz mais controlada, mas ainda compartilhada de emoção.

Ele lançou um último olhar para Catelyn, que está estática, antes de virar-se para sair, seu dragão aguardando pacientemente do lado de fora. A cena deixou todos no salão com a respiração suspensa, sabendo que o futuro estava longe de ser resolvido.

O contínuo silêncio a dominar o salão enquanto Maegor deixava a sala do trono, cada passo ecoando como um tambor ao longe. Todos os olhares voltaram para Eddard Stark, esperando que ele tomasse a liderança diante da crise iminente. Ele trocou um olhar pesado com Catelyn, que parecia firme, mas os outros puderam ver que havia uma turbilhão de emoções por trás de seus olhos.

 

Robb, em sua postura de jovem líder, finalmente corta o silêncio:

— Não podemos ignorar o que ele se tornou. Ele não é mais Jon. Mas também não é um monstruoso completo. Há algo nele que ainda busca conexão, mesmo que você esteja encoberto por esse manto de poder.

 

Dacey Mormont cruzou os braços, um olhar de ceticismo estampado no rosto.

— Você acha mesmo que podemos apelar para qualquer laço que restou? Ele acabou de nos ameaçar com um dragão e geometria submissão. Não há espaço para diplomacia com homens como Maegor.

 

— Talvez não seja sobre diplomacia — interrompeu Arya, a voz baixa, mas relacionada com a determinação. — Talvez seja sobre lembrar quem ele realmente é. Se há algo do Jon que conhecemos dentro dele, precisamos encontrar antes que seja tarde demais.

 

Howland Reed falou com calma, sua voz ressoando como a de um conselheiro experiente:

— Concordo com Arya. O que vimos hoje foi um homem dividido entre duas lealdades. Ele quer ser visto como forte, como o dragão, mas há algo mais, algo que ele ainda não superou. Se explorarmos essa dualidade, talvez possamos evitar uma guerra que poderia estender a todos nós.

 

Eddard respirou fundo e falou, sua voz pesada de responsabilidade:

— Não podemos nos precipitar. Enviar um exército contra ele seria suicídio. Ele tem dragões e um poder que nunca enfrentamos antes. Mas há outra questão a considerar: e se ele estiver certo sobre uma tempestade que se aproxima? E se ele for uma nossa melhor chance de sobrevivência, mesmo que isso signifique sacrificar parte de quem somos?

 

Catelyn deu um passo à frente, sua voz firme.

— Sacrificar parte de quem somos? Estamos falando de lealdade, Eddard. De nossa honra, nossa casa, nossos filhos. Não podemos dobrar os joelhos para alguém que não respeita o que defendemos.

 

Sansa, sempre cuidadosa em suas palavras, entrevista.

— Talvez não se trate de dobrar os joelhos, mãe. Talvez se trate de encontrar um meio-termo. Há uma diferença entre submissão e aliança. Se conseguirmos convencer Maegor de que somos mais úteis ao seu lado como parceiros do que como vassalos, talvez possamos evitar uma tragédia.

 

A sala do trono mergulhou em um silêncio opressivo quando Catelyn Stark, furiosa, deu um passo à frente, sua voz carregada de desprezo:

— Aquele bastardo ousa não luta pela casa de sua mãe.

 

Rhaella Targaryen exibe o queixo com elegância e firmeza. Seus olhos, que carregavam a sabedoria de uma vida cheia de sacrifícios e perdas, queimaram com uma intensidade fria ao encarar Catelyn.

— E como ousa, sua traidora — replicou Rhaella, sua voz cortante como aço valiriano. — Chamar meu marido e meu neto de traidores?

 

A rainha deu um passo adiante, seu porte régio ofuscando qualquer tentativa de resposta imediata de Catelyn.

— Foi Aegon, o Conquistador, quem deu à sua casa o domínio sobre o Tridente. E como vocês se pagaram essa lealdade em? Com traição na rebelião do usurpador. Meu sangue sofreu e morreu por causa da ambição e da deslealdade de sua causa. Vocês falam com honra, mas esquecemos rapidamente de onde veio o poder que sustenta.

 

Catelyn hesitou, sua indignação lutando contra a culpa que as palavras de Rhaella instigaram. Antes que pudesse responder, Arya deu um passo à frente, sua voz afiada como uma lâmina.

— O Norte nunca quis seus tronos e dragões. Lutamos porque vocês trouxeram a guerra até nossas portas. Agora, o que você quer? Que nos curvamos de novo?

 

Rhaella olhou para Arya, um pequeno sorriso surgindo em seus lábios, como se regularsse o espírito indomável da garota.

— Não, menina. Não quero sua submissão, mas sua compreensão. Meu neto, Maegor, luta por um reino unido, onde ninguém preciso temer a guerra que destruiu tantas famílias, incluindo a minha.

 

Eddard interveio, tentando apaziguar a situação.

— Guerra só traz destruição, Rhaella. Unir o reino pela força, mesmo com dragões, não criará a paz que seu neto busca. O Norte jamais será governado pelo medo.

Rhaella suspirou, como se o peso de séculos de história estivesse em seus ombros.

— E você, Eddard Stark, é um hipócrita. O que você fez quando Robert pisou nos corpos dos meus netos?

Rhaella olhou para Catelyn.

— E você, Catelyn? Você sempre temeu que meu neto e marido pegassem o Norte do seu filho Robb. Agora você vem aqui com ousadia e fala de lealdade?

— Onde esteve a lealdade com seus filhos quando você os deixou sozinhos no Norte? Onde está a lealdade com o povo das Terras Fluviais quando você soltou Jaime? Onde está a lealdade quando Robb traiu seus vassalos se casando com uma filha de um dos vassalos da Casa Lannister

Rhaella: A partir de hoje, quero que vocês sejam retirados de Valíria.

 

Rhaella: Guardas, retirem-nos daqui agora mesmo e enviem para o Porto Branco.

 

Eddard: Você não pode fazer isso. Você não tem o poder.

 

Rhaella: Eu tenho o poder, pois meu marido me deixou governar em seu lugar sem pedir permissão. Agora, saiam!

 

Os guardas retiraram os membros da Casa Stark da sala do trono e os levaram ao navio.

 

Um guarda imperial lê em voz alta.

Guarda Imperial: A partir de hoje, a Casa Targaryen da Nova Valíria declara que a Casa Stark do Norte e a Casa Tully das Terras Fluviais são inimigas do Império Valiriano. Não iremos mais fazer acordos com os Sete Reinos. A partir de hoje, todos os navios mercantes estão proibidos de ir para o Norte ou para as Terras Fluviais.

 

Guarda Imperial: Retirem-nos!

 

Eddard está no navio, rumo a Nova Valíria, onde perdeu a chance de recuperar o Norte.

 

Cately: Esse bastardo...

 

Robb: Mãe, cala a boca! Isso é tudo culpa sua.

 

Cately: Eu sou a sua mãe e...

 

Robb: Cala a boca! É tudo culpa sua. Eu avisei para você ficar quieto e para se comportar direito, mas você tinha que abrir essa boca. Agora, o Norte e as Terras Fluviais já eram por sua culpa e seu ódio.

 

Cately fica em silêncio.

FIM

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